A UNIVERSIDADE NO SÉCULO XXI: para uma Universidade Nova.
SANTOS,
Boaventura de Souza; ALMEIDA FILHO, Naomar.
A universidade no seculo XXI: para uma Universidade Nova.. 2008. Disponível em: <http://sig.ufsb.edu.br/sigaa/portais/discente/discente.jsf>
Acesso em 05 outubro 2021.
Síntese do capitulo: O Modelo Universidade
Nova
O ensino superior no Brasil se
transformou em um campo de total influência do viés profissionalizante,
formando superficialmente força de trabalho e não formadores de opinião. Isto
se deve pela forte herança das escolas francesas e das instituições Lusitanas
imposta pelo Regime Militar. Tais fatores tornaram a formação universitária
bastante confusa, com pouca flexibilidade e criatividade, distanciadas das
demandas da sociedade e longe do papel de formadora de opinião.
Algumas alternativas estão sendo proposta visando romper uma arquitetura de formação universitária ultrapassada. Alguns experimentos têm mostrado inegável viabilidade, entretanto, para romper com os entraves do ensino superior no Brasil, precisa-se de maior abrangência e radicalidade na transformação de todo o sistema de educação universitária.
É evidente que a atual conjuntura interna e externa das universidades é propícia para o processo de transformação em curso. Prova disto é a Universidade Federal da Bahia que a partir de 2004 decidiu revisar sua estrutura, função e compromisso social, visando pensar seu futuro enquanto instituição. Vários segmentos participaram desse diálogo tais como: corpo docente, pesquisadores e representantes de diversas áreas de conhecimento, afim de discutir o projeto UFBA Nova que logo em seguida ganharia maior proporção e se tornaria Projeto Universidade Nova.
Depois de ampla discussão em nível nacional e internamente à instituição, durante mais de dois anos, a proposta de adesão da Universidade Federal da Bahia ao REUNI foi aprovada pelos Conselhos Superiores e Câmara de Graduação. Como resultado, a partir de 2009, a UFBA passa a oferecer uma nova opção de formação universitária de graduação, com base em um regime de ciclos e módulos. A proposta hoje denominada Universidade Nova aponta para uma transformação radical da atual arquitetura acadêmica da universidade brasileira, visando superar desafios e corrigir alguns dos defeitos aqui analisados (SANTOS; FILHO, 2008).
As principais alterações na estrutura curricular postuladas no projeto compreendem a implantação de um regime de três ciclos de educação universitária: O Primeiro Ciclo propicia formação universitária geral em uma nova modalidade de cursos chamada Bacharelado Interdisciplinar (BI), como pré-requisito para progressão aos ciclos de formação profissional naqueles cursos que evoluírem para o regime de ciclos. O Segundo Ciclo contempla formação específica, encurtando a duração dos atuais cursos e focalizando as etapas curriculares de práticas profissionais (SANTOS; FILHO, 2008).
Com a Universidade Nova, não se quer recuperar defeitos e superar problemas das velhas modalidades de educação superior ainda vigente no Brasil, mas sim buscar a transformação total e radical dessas estruturas e modalidades.
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